Maternidade sem romantização: O lado que ninguém conta!

Maternidade sem romantização: descubra o lado real e não idealizado da maternidade. Um artigo sincero sobre exaustão materna, culpa e como lidar com os desafios do maternar.

MATERNIDADE REAL E SAÚDE MENTAL

Ana Souza

4/4/2025

Maternidade sem romantização: O lado que ninguém conta!

Por que precisamos falar sobre a maternidade real?

Ser mãe é uma das experiências mais transformadoras da vida — mas também uma das mais desafiadoras. Infelizmente, ainda vivemos em uma cultura que romantiza a maternidade, fazendo parecer que ela é feita apenas de sorrisos, laços de fita e momentos mágicos. A realidade, no entanto, é bem diferente para a maioria das mulheres.

Neste artigo, vamos abrir espaço para falar da maternidade real, com suas dores, dúvidas, cansaço e, principalmente, a solidão que muitas mães enfrentam em silêncio.

É tempo de quebrar tabus e acolher as mulheres que vivem a exaustão materna sem culpa, sem filtros e com empatia.

A idealização da mãe perfeita gera culpa — e muita!

A sociedade ainda cobra que a mulher seja uma “supermãe”: paciente, disponível 24h por dia, feliz com qualquer renúncia e capaz de lidar com tudo sem reclamar. E quando ela não consegue, o sentimento que bate é o mesmo: culpa na maternidade.

🔹 Expectativa: Você vai se emocionar a cada sorriso do bebê.
🔹 Realidade: Você pode chorar sozinha no banheiro por se sentir sobrecarregada.

Essa discrepância entre expectativa e realidade gera sofrimento, principalmente porque ninguém fala abertamente sobre o outro lado da maternidade — aquele em que a mulher se sente exausta, frustrada e invisível.

É urgente normalizar essas conversas. Sentir tudo isso é humano. Você não é menos mãe por isso.

Exaustão materna é real — e precisa ser levada a sério

A exaustão materna vai além do cansaço físico. Ela afeta o emocional, o mental e até a saúde da mulher. Cuidar de um bebê exige atenção constante, noites mal dormidas, decisões diárias importantes e pouco ou nenhum tempo para si mesma.

Essa sobrecarga silenciosa, muitas vezes sem rede de apoio, é um dos principais fatores que levam mães a vivenciarem quadros de estresse, ansiedade e até depressão pós-parto.

Sintomas comuns da exaustão materna:
  • Irritabilidade constante

  • Sensação de fracasso ou insuficiência

  • Falta de paciência e prazer nas tarefas do dia a dia

  • Dificuldade de concentração

  • Vontade de sumir, nem que seja por algumas horas

Se você se identifica com isso, saiba: você não está sozinha e tem direito de pedir ajuda.

A maternidade real também é solitária

Um dos maiores desafios da maternidade é a solidão materna. Mesmo cercada de pessoas, muitas mães se sentem emocionalmente isoladas, sem poder desabafar, sem tempo para conversar e sem receber o apoio que realmente precisam.

O silêncio em torno desse sentimento só reforça a culpa. É como se ser mãe fosse sinônimo de dar conta de tudo, sorrindo — o que, obviamente, não é verdade.

Abrir espaço para essas conversas e se conectar com outras mães que vivem situações parecidas é uma forma poderosa de quebrar esse ciclo.

As relações mudam — e nem sempre para melhor

A maternidade transforma tudo: corpo, mente, rotina e, claro, os relacionamentos.

  • Muitos casais enfrentam crises por falta de tempo e conexão.

  • Amizades podem se afastar.

  • Famílias cobram, opinam e nem sempre ajudam.

Essas mudanças também contribuem para o sentimento de frustração. A mulher sente que perdeu um pouco de si mesma — e está tudo bem sentir isso.

Mãe, você tem o direito de não estar bem o tempo todo

A culpa na maternidade nasce, muitas vezes, da ideia de que devemos amar todos os momentos — até os mais difíceis. Mas a verdade é que:

  • Às vezes, você vai querer fugir.

  • Às vezes, vai sentir que errou feio.

  • Às vezes, vai duvidar de si mesma.

E isso não diminui seu amor. Só mostra que você é humana.

Como lidar com a maternidade real sem se perder no processo?

1. Aceite que nem tudo será perfeito

A maternidade não precisa ser Instagramável. Aceite os altos e baixos como parte natural da jornada.

2. Converse com outras mães

Desabafar e ouvir histórias reais ajuda a reduzir a pressão e a se sentir acolhida.

3. Peça ajuda, sem culpa

Você não precisa (e nem deve!) dar conta de tudo sozinha.

4. Cuide de você também

Seu bem-estar importa. Um banho demorado, uma pausa para respirar ou uma leitura rápida podem fazer diferença.

5. Busque apoio profissional se sentir que precisa

Psicólogos perinatais e grupos de apoio materno são recursos valiosos e muitas vezes necessários.

Conclusão: A maternidade real também merece ser celebrada

Nem tudo na maternidade são flores, e tudo bem. Entre noites mal dormidas e momentos de dúvida, também existem risos espontâneos, vínculos profundos e aprendizados diários. Falar sobre a maternidade real não é ser negativa — é ser honesta. E isso liberta.

Se esse texto fez sentido para você, compartilhe com outras mães. Vamos espalhar acolhimento, empatia e verdade.